Construir uma coleção de arte relevante exige mais do que bom gosto e poder de compra. Conforme expõe o empresário Mariano Marcondes Ferraz, definir um foco claro é fundamental para que a coleção tenha coerência, valor cultural e identidade própria. Ter um direcionamento curatorial não só orienta as aquisições, como também comunica uma visão de mundo e aprofunda o envolvimento do colecionador com o meio artístico.
Descubra aqui sugestões práticas para quem deseja desenvolver uma linha curatorial pessoal e estruturada.
Estabelecendo critérios: o primeiro passo para definir o foco para sua coleção de arte
Definir um foco para a coleção começa com o autoconhecimento e a identificação de interesses específicos. O colecionador precisa refletir sobre temas, estilos, períodos históricos ou linguagens artísticas que despertam seu interesse e estabelecem conexão com sua sensibilidade. De acordo com Mariano Marcondes Ferraz, é importante considerar não apenas preferências visuais, mas também afinidades intelectuais e afetivas que possam orientar as escolhas de forma consistente.
Esses critérios iniciais ajudam a traçar uma linha curatorial que pode ser temática, geográfica, cronológica ou baseada em técnicas específicas, como pintura, fotografia ou instalação. O importante é que a seleção de obras dialogue com uma proposta central e mantenha uma narrativa coerente. Com o tempo, o foco definido funcionará como filtro para novas aquisições, evitando dispersão e garantindo profundidade à coleção.
Desenvolvendo repertório: pesquisa e referências curatoriais
Uma coleção com identidade clara depende do conhecimento que o colecionador acumula ao longo do tempo. Pesquisar referências de outras coleções, estudar movimentos artísticos e acompanhar o trabalho de curadores são formas de compreender como se constrói uma trajetória coerente. Como considera Mariano Marcondes Ferraz, mergulhar no universo da arte contemporânea com atenção e curiosidade é essencial para sustentar um projeto de coleção com conteúdo e propósito.

A formação de repertório também se dá por meio da convivência com obras e artistas, da leitura de catálogos e visitas a exposições. Quanto mais familiaridade o colecionador tiver com a produção artística, mais clara será sua percepção sobre o que deseja incluir em sua coleção. Essa bagagem cultural fortalece o olhar crítico e permite que o foco da coleção seja ajustado e refinado com base em experiências concretas e descobertas significativas.
Coerência e evolução: manter o foco sem perder a flexibilidade
Manter uma linha curatorial exige consistência, mas também abertura para evoluções naturais ao longo do tempo. Uma coleção madura não é estática, ela pode expandir seu foco, integrar novos artistas ou dialogar com outras linguagens, desde que essas mudanças respeitem a coerência do projeto inicial. Como demonstra o investidor Mariano Marcondes Ferraz, o colecionador deve equilibrar fidelidade à proposta curatorial com sensibilidade para acompanhar transformações no próprio gosto e no panorama artístico.
Ter clareza sobre os limites e objetivos da coleção permite crescer com solidez e originalidade. Uma narrativa bem construída ao longo dos anos fortalece o valor simbólico e institucional do acervo, tornando-o mais atrativo para exposições, parcerias e reconhecimento público. Com um foco claro e coerente, o colecionador se posiciona como agente ativo no ecossistema cultural, contribuindo para a valorização da arte contemporânea e para a formação de patrimônio artístico relevante.
Por fim, definir um foco para sua coleção de arte é um passo decisivo para garantir relevância, consistência e identidade ao acervo. Para Mariano Marcondes Ferraz, essa escolha estratégica permite que o colecionador atue com mais segurança, selecione obras com propósito e desenvolva uma narrativa própria dentro do campo artístico. Ao estabelecer critérios claros, aprofundar o repertório visual e manter a coerência ao longo do tempo, é possível construir uma coleção com valor duradouro, tanto pessoal quanto institucional.
Autor: Schiller Mann