Além das asas e dos motores, um avião comercial também precisa de um pneu para sustentar a aeronave e garantir um ciclo em segurança. Um ciclo é uma decolagem e um pouso. Fernando Siqueira Carvalho explica que o pneu de um Airbus A320, por exemplo, é trocado a cada 25 ou 30 dias, dependendo do ciclo de operação.
Para ter essa característica, o pneu aeronáutico é fabricado totalmente com borracha, assim como os veículos terrestres. No entanto, predomina a borracha natural, feita do látex da seringueira, que é moldada em várias camadas e direções diferentes para suportar a pressão e o calor. O desenho da banda de rodagem – área externa que entra em contato com o asfalto – tem linhas transversais, que auxiliam no alinhamento da pista, na frenagem e na velocidade. Fernando Siqueira Carvalho comenta que o número de camadas varia de modelo para modelo, a depender muito da carga e da velocidade.
Um pneu de avião é trocado com muito mais frequência do que se pode imaginar, pois durante o pouso, ao tocar no solo eles soltam bastante fumaça. O atrito em alta velocidade (mais de 250 km/h) queima muito a borracha. Quando precisa de troca, não se troca somente o pneu, mas o conjunto inteiro. Cada peça, para aviões comerciais, pode custar de US$2 mil e US$ 5 mil.
Por isso, quando um pneu está 100% careca, Fernando Siqueira Carvalho explica que ele não precisa ser descartado. A estrutura de um aro de borracha pode suportar até 11 recauchutagens e se passar por uma série de testes, ele pode ser reaproveitado em operação na aviação comercial, saindo da oficina por 30% do preço de um novo, com o mesmo desempenho. Se não for possível mais fazer a recauchutagem, os pneus são enviados para a reciclagem.