Pouco após a Rússia anunciar ter disparado ‘tiros de alerta’ contra um destroier britânico que navegava em águas do Mar Negro na região da Criméia nesta quarta-feira, 24, e o Reino Unido negar a informação afirmando que navegava em águas ucranianas no momento do incidente, a embaixadora britânica em Moscou, Deborah Bronnet, foi convocada para receber uma repreensão formal diplomática sobre o que o país de Vladmir Putin considerou como uma ‘ação perigosa’ seguida de uma ‘mentira descarada’. Enquanto Londres sustenta a teoria de que estava fazendo apenas uma “passagem inocente” pela região, o Kremlin acredita que essa foi uma ação premeditada para provocar o país, que anexou a península da Crimeia, localizada na Ucrânia, em 2014 em uma “conquista” não reconhecida por uma série de países ao redor do mundo.
Um comunicado enviado a agências de notícias locais por parte do Kremlin aqueceu o tom bélico do ocorrido. “Nós podemos apelar para o senso comum e demandar respeito pela lei internacional. Se isso não funcionar, nós podemos bombardear”, afirmou trecho de documento assinado pelo diplomata Sergei Ryabkov. Ainda na quarta-feira, o primeiro-ministro Boris Johnson afirmou que a navegação britânica estava de acordo com a lei. “Aquelas eram águas ucranianas e era totalmente correto usá-las para seguir do ponto A ao ponto B”, disse. A versão foi reforçada por outras autoridades do país. “A Marinha Real sempre apoiará a lei internacional e não vai aceitar interferências fora da lei na nossa inocente passagem”, afirmou o ministro da Defesa britânico Ben Wallace, que acusou os russos de fazerem manobras arriscadas sobre o navio.