Marco Antonio Carbonari está no mercado de produção de vinhos há mais de vinte anos, além de ser proprietário da vinícola Villa Santa Maria. O especialista explica, neste artigo, que as garrafas não servem somente para armazenar o vinho ou facilitar o transporte, mas que também têm funções importantes para a bebida até o momento do consumo.
Historicamente, os vinhos eram armazenados, para vendas ou consumo próprio, em jarras, tonéis ou recipientes de cerâmica. Entretanto, a utilização de garrafas, como conhecemos hoje, veio somente no século XVII. Os enólogos perceberam que o recipiente resistente e inerte era bom para o armazenamento, então, a partir daí, foram desenvolvidas diferentes tipos, cores e formatos.
A cor da garrafa é importante para determinar a função de cada tipo de vinho. Por exemplo, se for decidido que a bebida tem potencial de guarda, o melhor tipo de armazenamento para resistir ao tempo é a garrafa escura, cujo principal objetivo é proteger o vinho da luz, porque pode alterar algumas características essenciais. Então quanto mais escura mais longevidade é transferida para a bebida. Marco Antonio Carbonari conta que as garrafas transparentes, por sua vez, são mais utilizadas em vinhos jovens e de rápido consumo, como os brancos e os rosés.
Antes de conhecer os formatos, saiba quais são os nomes das partes da garrafa. De cima para baixo temos o gargalo, ou “boca da garrafa”. Então o pescoço, os ombros, o bojo e a base. Entre os tipos estão:
- Bordalesa: Original de Bordeaux, essa garrafa é utilizada para vinhos de guarda porque tem um pescoço mais curto e bojo cilíndrico, que facilita na retenção dos resíduos da bebida.
- Borgonhesa: Produzida mais ao centro da França, Marco Antonio Carbonari diz que a garrafa possui ombros menos marcados que a anterior, mas com um bojo mais cônico, perfeito para armazenar vinhos brancos como o Chardonnay.
- Renana: Remetendo ao rio europeu Reno, esta garrafa é exclusivamente para vinhos brancos, como Riesling, por ser mais alta que todas as outras já mencionadas.
- De champagne: Tradicional da região francesa que leva o mesmo nome, esta garrafa, assim como a bebida, também só é produzida ali. Marco Antonio Carbonari diz que o recipiente se assemelha a borgonhesa, mas com os “ombros” mais baixos e com o vidro mais espesso, para aguentar a pressão da gaseificação da bebida.