O grupo indígena Primeira Nação de Cowessess encontrou 751 corpos sem identificação em uma antiga escola para crianças indígenas no Canadá. Segundo o grupo local, não foi possível identificar quantas crianças estariam entre os mortos. De acordo com lideranças, não se trata de uma vala comum, mas uma “cena de crime”. O grupo ainda acusou a Igreja Católica de violar a lei ao retirar a identificação dos túmulos. A descoberta reacende o debate sobre a presença da instituição religiosa no país e o que foi classificado como “genocídio cultural”. Em maio deste ano, foram encontrados restos mortais de 215 crianças na Escola Residencial Indígena Kamloops, após penetração do solo. Até 1996, escolas residenciais para indígenas existiam no Canadá, mantidas pelo governo e administradas por organizações religiosas. Cerca de 150 mil crianças de diferentes comunidades indígenas foram separadas da famílias e impedidas de manter os costumes dos povos originários. O primeiro-ministro Justin Trudeau disse que a responsabilidade pelos traumas dos familiares, sobreviventes e de toda a comunidade indígena é do Estado. Trudeau completou que é um lembrete vergonhoso do racismo sistêmico, discriminação e injustiça contra os povos indígenas.
*Com informações da repórter Nanny Cox